Concurso de Poesia
Estudantes dos Anos Finais e do Ensino Médio
Estudantes dos Anos Finais e do Ensino Médio
AF8A - Cristina da Silva Fantinell
Um dia você acorda o poeta,
no outro o poeta te acorda,
e, então, você acorda sem o poeta.
Por um instante, você perde-se na poesia,
depois desanima-se na realidade.
Há momentos em que a loucura te consome
e há momentos que você consome a loucura.
No fim, que há de poesia,
se suas rimas já não dançam em sincronia?
Adornado em sentimentos,
perde a alma por influências,
de um falso questionamento
que deixa-lhe alheio à verdade.
Um romance que se perde,
faz do homem pedaços,
amando ilusoriamente.
Sente a alma se partir,
sua vida se esvair.
Ele percebe ao longe,
seu amor partir, fugir.
""A vida segue"", sempre ouve,
mas sente as batidas regredindo,
vê o relógio parando.
Perdeu tudo, mas tem por dúvida,
se em algum momento algo houve de ter.
AF9A - Luiz Sergio Ribeiro Martins
Insignificância
As crianças choram.
O que é a tristeza?
O que é a solidão?
O que é o desprezo?
O que é a depressão?
As crianças continuam a chorar.
Mas não importa o significado.
""É só acabar"", eles dizem,
preocupados.
As crianças ainda choram.
""É só uma frescura.
Não tem importância.
No meu tempo não era assim"", eles dizem,
sem relevância.
As crianças vão chorar.
O mundo não vai acabar.
A relevância não existirá.
O mundo vai continuar.
AF6A - Martina Amoretti Gaier
Inverno
Abelhas dançam em cima do girassol
Vou para a rua, no teu rosto corre o ar
Quando olho para você
Viajo no teu olhar
Teus cabelos vento voam
Teus olhos brilham como purpurina
Minha boca seca como galho
Seremos a família Carvalho
As flores dançam no vento do inverno
O fogo da lareira aquece minhas mãos
Meu nariz congela com o frio externo
Meus braços arrepiam com o vento
Na entrada do verão
Vou no mar me refrescar
Picolés conversam no palito
Do salva-vidas ouço gritos
AF8A - Valentina Machado Dzioubanov
Natal
O Natal é tempo de união
Com festas e risadas
Que aquecem o coração
Presentes e abraços
Carinho a transbordar
É a magia da vida
Que vem nos alegrar
EM2C - Clara Tietze Cadore
Imago
Pelo reflexo do lago observo o jardim
Por onde meus familiares dançam soltos de euforia
Com suas asas brilhantes de cetim
Corpos esbeltos em harmonia
Um dia serei como eles
Garantem enquanto fecho meu casulo
Talvez laranja, rosa ou verde
Fantasio quando chega o crepúsculo
Espio novamente o reflexo
Deixo meu passado tedioso
Por fim me cubro pelo lar complexo
Vou para meu sonho formoso
Antes de cair em sono profundo
Selam de vez minha jaula
Com suas expectativas
Com seus sussurros
...
A brisa cega meus olhos
Recém abertos, resgato meus arredores
Pele rasgando, me libertando
Ah, libertando! Será essa a sensação de liberdade?
A crisálida como a cera de um candelabro queimando
Bato minhas asas em um semblante de desespero
Expectativa sufoca, enfim encaro o espelho
De volta olhos grandes e escuros
Acessam o mais fundo da alma
Acompanhando-os está um corpo robusto
Tomado por preto e amarelo
Papel envelhecido imita asas
Era aveludado? Escamoso? Perdoe-me, no meu horror não fui capaz de dizer!
Minha face para longe, uma tentativa de fuga
Virei pelo que acreditei ser a última vez
Mas oh não!
Lá estava ela!
Minha condenação final!
Empilhando-se em minha miséria
Uma caveira como alvo cravada em minhas costas!
Asas agora em completo desespero
Levando-me para o mais longe possível
Mas era em vão!
Olhos, olhos frios e opacos como nunca os vi antes!
Seguiam sem fôlego
Obstruíam meu escape
Para o pior dos temores
Miravam minha desgraça
Aquele lembrete amargo
Aquela verdade inescapável!
O que eu fiz?!
O que eu fiz para merecer tamanha punição?
Eu cresci como eles
Eu vivi como eles
Por que fui eu o condenado?
Teriam eles mentido para mim?
Encontro-me de volta ao lago
Incapaz de evitar a realidade
Olhos calorosos e brilhantes como nunca vira antes
Abraçam-me quando despenco em seu colo
Deixo meu sonho de ilusões
Vou para meu futuro
EM2C - Laura Brandão Machado
Título: Verso por Acaso
Eu sou verso disfarçado,
frase que se perde no papel;
poesia ainda em esboço —
um fio tênue de sentido em formação.
Com começo certo e fim sem rumo,
surjo suave, conquisto,
envolvo e fascino.
O encanto, porém, começa a se desfazer aos poucos:
detalhes sutis — um acento fora do lugar,
uma vírgula deslocada,
deslizes quase imperceptíveis.
Aos poucos, a poesia começa a esvair-se:
o ritmo enfraquece, as palavras perdem o brilho,
a métrica tropeça, tomba,
a rima desafina, a melodia se esconde,
e o sentido se desfaz, dissolvendo-se em silêncio.
Então, a luz se apaga inteira:
cada estrofe pesa e fere;
cada rima é como uma flecha certeira;
cada linha craveja
num desgosto que lateja.
No desfecho, a poesia mergulha na melancolia,
sente-se o peso a cada palavra que se nota,
e a dor cresce a cada rima que se entende.
Mesmo em ruínas, ainda sou poesia,
um rascunho —
fragmentado,
uma frase que se ergue no início
e desaba, sem rima, no final.
Por isso, se quiser, descarte-me,
sou apenas uma frase que jamais virou poema —
imperfeita por essência e criada pelo acaso.
Dessas que não pedem aplauso,
só o silêncio de quem entende
que nem todo verso quer ser entendido.
EM2E - Catarina Pavlova Streliaev Rabel
De coração
desastrada, com volume
atrasada, como de costume
realizada… porque o amor é teu perfume.
estridente e barulhenta
exigente e sempre atenta
inteligente, vive contenta
reclamona e essencial
valentona, emocional
brincalhona e sem igual
no começo parece paixão,
mas é só a minha declaração:
te amo, mamãe, de todo coração.
AF9E - Maria Luiza Vidal Harzheim
E papai, onde está?
Papai me dizia
Morrer é ridículo
Eu achava o cúmulo
Não entendia
E as cartas não respondidas?
E as poesias não escritas?
E as pessoas não conhecidas?
Eu não entendia
E os livros não lidos?
E os prazeres não sentidos?
E os amores não vividos?
Não fazia sentido
Eu via os óculos na prateleira
Papai eu não via
Eu via os calçados na sapateira
Papai eu não via
Eu via o casaco na cadeira
Papai eu não via
Será que agora eu entendia
Há a morte de ser tão ridícula
O que papai me dizia
AF6A - Richard Pereira Baur Junior
Na ponta do sonho
Rabisco no vento o meu breve lugar,
com tinta de estrela me ponho a voar.
A vida é um livro de folhas soltas,
com páginas mudas, mas nunca prontas.
O tempo caminha nas curvas da rua,
traçando silêncios na alma que flutua.
Se o mundo tropeça, se apaga, se cansa,
carrego no peito a última esperança.
Transformo em flor o que era ferida,
faço da dor uma nova saída.
A tristeza, eu pinto com cor diferente,
pra ver se acalenta algum coração carente.
O medo me cerca, mas não me domina,
sou rastro de sol, sou manhã que ilumina.
Não quero medalhas nem rimas fechadas,
só toco quem vive com asas quebradas.
No caos cotidiano, sou rima e faísca,
sou fogo, sou água, sou alma que arrisca.
E se essa poesia encontrar teu olhar,
que algo desperte, comece a mudar.
Versos são pontes que cruzam a noite,
são fios de luz no meio do açoite.
E quem ainda sonha, mesmo sem ver,
traz no silêncio o poder de vencer.
AF8A - Valentina Tessmer dos Santos
Laços de Amizade
Em cada riso, um brilho no olhar,
Nos momentos simples, aprendemos a amar.
Uma mão estendida, um abraço apertado,
Na jornada da vida, nunca estamos sozinhos, lado a lado.
As memórias que guardamos, tesouros do coração,
Histórias contadas em cada canção.
Nos dias de sol ou na tempestade,
A verdadeira amizade é pura lealdade.
Com você ao meu lado, não há o que temer,
Juntos enfrentamos o que vier.
Na alegria e na dor, sempre a apoiar,
Um laço eterno que não vai se quebrar.
E quando a vida nos levar por caminhos distantes,
A amizade verdadeira sempre será constante.
Um laço invisível que nunca se desfaz,
Em cada momento juntas , você sempre será capaz de me fazer sorrir, chorar, sem cansar;
E isso é algo que meu coração sempre vai lembrar.
AF8E - Lara Zenker dos Santos
Para qualquer forma de arte, poema, música ou citação
Existe por trás alguém que serve de inspiração
Quando era pequena, não sabia o que era paixão
Nem amor, nem romance, muito menos traição
Sabia que o amor existia, porém achava irrelevante
Hoje em dia é este o sentimento que me faz ir adiante
Vou escrever diversos livros com seu nome para minha estante
E quando eu os ler, vou lembrar sempre do seu sorriso radiante
No passado, sendo criança, cantava uma música romântica
Sem muito entender o que todos aqueles versos tentavam dizer
Minha perspectiva mudou quando eu fui te conhecer
Neste segundo, todas as palavras fizeram sentido, pude compreender
Qual a graça de cantarolar músicas sobre amar
Se não houver aquela pessoa na qual você pode-as dedicar?
Observando cada estrela no céu, elas me fizeram acreditar
Que não existe brilho mais belo do que o do seu olhar
Te amei outono, verão, inverno e continuo na espera
Por você esperaria até a mais linda primavera
Mas ainda não basta só pensar em você em durante todas estações
Gostaria é de estar contigo presente em todas situações
Suas vitórias, tempos de glória também são meus
Somos um só
Quando mais velhos, um único coração
Tornará minha mãe vovó
Mas ainda tenho medo e até insegurança
De você não ser o dono da minha futura aliança
Se não vier a ser amor, seremos então lembrança
Ainda persisto, pois a última que morre é a esperança
AF8C - Enzo Pizzolato
O Racismo
Um continente não muito valorizado,
Mas com uma cultura muito grande,
Sendo o primeiro continentes a ter vida humana,
De acordo com a ciência.
Essa é a história,
De um dos primeiros continentes,
Que nunca recebeu seu valor,
Como por exemplo no século XV
Onde começou um período de desastres,
eram guerras e capturas de negros,
para serem escravizados,
só por conta de sua cor,
E sendo considerado uma ""raça"" inferior
só por conta de suas culturas
Os africanos eram e são até hoje
um dos povos mais desesperados
e é triste ver que com o passar dos anos após a lei Áurea
e após o zumbi dos palmares
este preconceito precisa acabar
enfim desde sempre houve
um desprezo com os africanos
e o nome disso é racismo.
AF8A - Isadora Steinhaus Fraporti
A vida é um rio que corre sem parar,
com curvas e desvios sempre a nos ensinar.
São risos e lágrimas,
um ciclo sem fim,
um trem de memórias que passa por mim.
Com a minha família sempre por perto,
me ajudando e me dizendo tudo o que é certo.
A vida é um sonho repleto de histórias,
que um dia irá acabar,
é só restará lindas memórias.
EM2E - Mariana da Silva Fantinell
A pergunta que não quer calar: Quem é ela?
ela não grita
mas olha
olha como quem já viu demais
como quem já foi altar
e agora é apenas uma a mais
dizem que é lenta
demora pra chegar
que precisa de tempo
de espaço
de respiração
que vem sem botão de pular
sem resumo na legenda
sem truque de algoritmo
mas, sim, coração
ela?
ela era presença nos bancos da praça
voz entre as folhas da tarde
giz riscado, no chão, por criança
agora?
agora a confundem com relíquias
com coisas antigas
com o que se varre debaixo do tapete da pressa
e mata a esperança
“vai direto ao ponto”
grita o mundo digital
mas ela é um ponto
que não é final
é o que se estende
o que se dobra
o que pensa muito e espera um “uau!”
ai dela!
se não disser o que pensa
se se fechar em páginas
que ninguém mais lia
se se esconder por medo
(suspiro profundo…) de uma nova rima
mas quem sou eu para julgar?
às vezes, como nós
ela pode cansar
quem sou eu (né?) pra julgar?
de tanto ser ignorada,
uma hora ela se cala
é nesse grito s(hhh)ilencioso alarmante e calmo
que mora o seu som alto mais abafado
ela foi verso, e voz, e véu, e vácuo
tictac no peito
o relógio da ausência
ela não quer mais querer o falso correto errado
e ainda assim
há dias em que ela volta
devagar
de mansinho
pousa no ombro do sol
espia, da fresta da janela, a lua
brota num suspiro entre uma um poste e outro na rua
quem sabe, um dia
alguém pergunte:
“quem é ela?”
e a resposta venha sem pressa:
“é aquela que ainda acredita
que o tempo pode florescer
num verso”
foi Narcisa quem disse
num tempo de outra vez
que a poesia é como flor que o vento desfolhou,
como estrela que o dia escureceu,
como esperança que o destino achou
e, zombando de nós,
desapareceu
mas até lá
ela vagueia na Saudade
entre linhas que ninguém mais lê
entre estrelas que o dia escureceu
entre ideias que sumiram
sem sequer dizer um suficiente adeus
respode, vai, a pergunta que não quer calar!
quem é ela?
a que anda nas beiradas das frases…
que escorre pelas margens das folhas…
que sussurra todos os dias…
quem é essa, de sentimentos falados com a mão,
com cabelos de papel amarelado
é a Poesia?
…aham! agora lê de novo, porque ela não quer acabar
AF6A - Laura Garcia Machado
CORAJOSAS PALAVRAS
O orvalho das árvores remove minha visão.
Andando apenas com palavras sem razão.
O frio passa e o tempo congela,
A areia está inquieta e o mar a molha.
Se olhar para a boca com atenção,
Talvez alguém fale com o coração.
Talvez diga alguém com coragem,
Sentimentos que no peito fazem passagem.
De mãos dadas assistindo a Lua dançar,
Com pés soltos a beira-mar,
Será ela? Será ele? Quem vai dizer o que sente?
Será ele? Será ela? Quem vai confessar o que mente?
Me pergunto se alguém tem coragem para a verdade falar.
Me pergunto se ainda resta alguém para pelo amor lutar.
Pois no final da noite tudo se desmancha pelo ar,
E apenas o que for verdadeiro permanecerá.
AF8A - Alice Santos da Cunha
As estações do meu coração
Quando acordo, sou verão
calor, praia, suor
aquece meu coração.
Volto a dormir
e no despertar
outono já está aí
junto vem preguiça e rinite.
Viro inverno comigo chega
neve, casaco e cobertor
Sumo no frio e só volto no calor.
Nos meus sonhos sou
primavera
uma flor linda, mas muito sincera.
No fim, não sou nenhuma estação
sou apenas eu
no ritmo do meu coração.
AF8A - Antonella Ferlini Coser
No silêncio da noite,
as estrelas brilham como diamantes.
Elas iluminam a noite,
no céu vibrante e aconchegante.
As estrelas são como bailarinas,
elas dançam e brilham com graça.
Mesmo com a poluição
e a sua fumaça.
As estrelas são incríveis,
com o seu brilho radiante.
Vários formatos diferentes,
elas são tão fascinantes.
AF8A - Bruna Berta Guerra
A praia é um lugar mágico,
Onde o sol brilha e o mar canta,
As ondas dançam na areia
E eu sinto paz no meu coração
A praia é um refúgio
Onde posso esquecer meus problemas,
E encontrar a calma e a serenidade,
Ao som das ondas e no brilho do sol.
AF8C - Nalu Schneider Queroz
Nessa quadra se joga
Mas não é qualquer jogo
É vôlei!
Nessa quadra se escuta
-vai! Saca com força!
Mas vôlei não é luta
Nessa quadra tem time
A cada ponto
Se celebra com timbre
Nessa quadra tem dor
Um roxo, uma derrota...
Que horror...
Mas esse poema não é sobre quadra, é sobre amizade...
Ele é feito de pessoas e sentimentos
E mesmo com dificuldade se percebe
E tudo na quadra se constrói como a amizade
AF8A - Isabela Santos da Cunha
Meus Pensamentos na Madrugada
Meu labirinto mental
Corta como metal
Minha memória rasa
Já não concorda em nada
Me perco em pensamentos
Só ouço meus lamentos
Meus erros com acentos
Enfim
Madrugada de arrependimentos